A convivรชncia com pessoas de vรกrias partes do mundo pode ser considerada a razรฃo principal para ter escrito "Transeunte" que pode ser visto como ficcional, se considerarmos que foi escrito por alguรฉm do sexo feminino, mas trata-se de um relato feito em primeira pessoa por um transexual masculino. Histรณria real? Pouco importa. A empatia, mais que outro sentimento foi o que a levou a escrever sobre um assunto que atรฉ hoje รฉ visto com reservas, por preconceito e ignorรขncia. A autora nรฃo entra no mรฉrito de definir cientificamente a transexualidade. Aqui trata-se simplesmente de mostrar o lado humano do personagem. Normalmente julgamos e condenamos tudo o que foge ao padrรฃo da dita "normalidade". Colocamos um rรณtulo na pessoa e a tratamos de acordo com esse rรณtulo. O nรบmero de suicรญdios e assassinatos de transexuais no mundo todo รฉ alarmante. Em muitos paรญses, e o Brasil felizmente estรก incluรญdo, realizam-se cirurgias para mudanรงa de sexo, tal a seriedade do assunto. Este livro รฉ dedicado a essas pessoas que carregam dentro de si esse estigma, mas tambรฉm รฉ dedicado ร queles outros que julgam, que desdenham, que maltratam, para que talvez possam repensar suas atitudes. Trabalhou por mais de nove anos como tรฉcnica cultural do SESC. Em 2003 mudou-se para Londres, tendo se transferido posteriormente para Brighton, litoral inglรชs, onde vive ate hoje.