Desde a mais tenra idade que Sonechka, uma rapariga invulgar e pouco atraente, se refugia obsessivamente na leitura, a ponto de tratar personagens inventadas como pessoas reais. Com o início da guerra, Sonechka parte para Sverdlovsk, onde encontra trabalho como bibliotecária. Aí conhece Robert Viktorovich, um artista recém-libertado de um campo de trabalho forçado soviético, que, de rompante, lhe pede em casamento. Seguem-se anos de satisfação, em que o amor conjugal, a maternidade e os cuidados do lar passam a ocupar o centro da vida de Sonechka, trazendo-lhe uma felicidade que ela nunca sonhou merecer e que sobreviverá ao período difícil do pós-guerra e ao surgimento de um surpreendente triângulo amoroso.
Publicado em 1995 e amplamente traduzido e premiado, Sonechka é o primeiro romance de Ludmila Ulitskaya e o início de uma fulgurante carreira que a consagrou como um dos nomes cimeiros da Literatura contemporânea internacional.
Os elogios da crítica:
«O leitor fica preso desde a primeira linha ao feitiço de uma prosa semelhante ao rumor de um rio suave. (...) O final é digno da melhor tradição da literatura russa (Turgueniev, Tchekov, Nabokov). Prosa límpida, sem sentimentalismo.»
Luís Naves, O Novo
«Uma das marcas da escrita de Ulitskaya é alimentar o vício do leitor, até do mais resistente.»
Isabel Lucas, Í psilon
«Uma voz literária e política que é uma referência fundamental para ler e compreender a Rússia de hoje.»
El País
«Um livro delicado e poético. Ulitskaya transforma uma mulher assaz comum numa heroína.»
Leïla Slimani
Ludmila Ulitskaya nasceu em 1943 nos Urais, tendo crescido e estudado em Moscovo. Bióloga de formação, trabalhou no Instituto de Genética de Moscovo antes de empreender a sua carreira literária. Aclamadas pela crítica, as suas obras estão traduzidas em mais de quarenta línguas e incluem romance, conto, literatura infantil e teatro. Sonechka, o primeiro livro da autora, foi, à época, um acontecimento literário, coroado com a atribuição do Prémio Médicis Étranger e do Prémio Literário Giuseppe Acerbi. Seguiram-se obras como Medeia e os Seus Filhos, O Caso Kukótski ou A Escada de Jacob, que a afirmaram como uma das mais notáveis escritoras da actualidade. Entre as várias distinções que recebeu conta-se a atribuição do Austrian State Prize for European Literature, Austrian State Prize for European Literature, do Prémio Formentor, do Günter Grass-Preis ou do título de Officier de la Légion d'Honneur.