O texto “Caminho da Serpente”, que integra a coleção “Escritos Ocultistas”, é um dos manuscritos esotéricos conhecidos e enigmáticos de Fernando Pessoa, que reflete profundamente seu envolvimento com o ocultismo e o simbolismo.
A serpente é um símbolo que aparece em diversas tradições espirituais e esotéricas, representando transformação, renascimento, sabedoria e, muitas vezes, o caminho do conhecimento oculto. Na alquimia, por exemplo, a serpente é vista como um símbolo de renovação, devido à sua capacidade de trocar de pele, e também de união dos opostos (ouroboros). No contexto do esoterismo ocidental, a serpente também pode representar o caminho de ascensão espiritual, ligado à kundalini no misticismo oriental.
“Escritos Ocultistas” é uma coleção de textos que revela a complexidade da relação de Pessoa com o ocultismo, simbolizando a jornada do místico em busca de sabedoria e transcendência. Reflete a fascinação de Pessoa pelo que está oculto à percepção comum, pelo invisível que se revela apenas ao iniciado, e pelo caminho da evolução espiritual que, como a serpente, é sinuoso e cheio de mistérios.
Fernando Pessoa, um dos maiores escritores da literatura portuguesa, teve uma relação intensa com o ocultismo, tema que permeou parte de sua obra e vida. Ele se interessou profundamente por disciplinas esotéricas, como astrologia, alquimia, teosofia e cabala. Esse interesse não era meramente superficial; Pessoa estudava e praticava alguns desses sistemas de pensamento, acreditando na possibilidade de acessar verdades ocultas ou espirituais através desses meios.