"Bandidos e salteadores preocupam a polícia, mas deveriam preocupar também o historiador social". Assim Hobsbawm inicia o estudo pioneiro sobre os movimentos sociais dos séculos XIX e XX e suas formas arcaicas: o banditismo do tipo Robin Hood, as máfias italianas, o anarquismo andaluz, as sociedades secretas rurais, os camponeses milenaristas, os motins e os tumultos urbanos pré-industriais, as seitas trabalhistas religiosas e o papel dos ritos em organizações revolucionárias e operárias primitivas.
A maioria dos fenômenos estudados aqui pertence ao universo não letrado: são manifestações de pessoas que não escreviam nem liam muitos livros, e muitas vezes eram analfabetas. Pré-políticos, esses movimentos sentiam dificuldade de articular suas ideias e ainda não haviam encontrado uma linguagem específica para expressar as próprias aspirações em relação ao mundo — o que não justifica o lugar marginal que o cânone historiográfico lhes reservou. Rebeldes primitivos tornou-se um clássico justamente por não subestimar os oprimidos.
"Um trabalho pioneiro que aborda vários temas pouco explorados... É inspirado por uma humanidade e uma profunda simpatia por pessoas humildes." — Christopher Hill
"Um livro tão frutífero quanto este em colocar problemas, bem como em fornecer respostas, merece a atenção cuidadosa de qualquer leitor. É plausível, sugestivo e inteligente." — The Observer
"Hobsbawm escreve de forma tão justa e com tanta compreensão e simpatia que muitos que discordam fundamentalmente dele verão suas próprias opiniões substancialmente alteradas pelo que ele diz." — The Spectator
"Há muito mais a ser cuidadosamente considerado neste livro do que um vívido relato de revoltas esquecidas." — New Statesman
ERIC HOBSBAWM nasceu em Alexandria, no Egito, em 1917, e estudou na Áustria, na Alemanha e na Inglaterra. Historiador marxista, é reconhecido como um dos mais importantes intelectuais do século XX, tendo recebido o título de doutor honoris causa de universidades de diversos países. Lecionou no Birkbeck College da Universidade de Londres e, posteriormente, na New School for Social Research de Nova York. Faleceu em 2012, aos 95 anos.